Saga dos Pergaminhos - Capítulo 2

Tenha uma boa leitura!

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Era tanta burocracia para falar com o tal "Senhor S" que Neth conseguiu ver o sol se pondo e a lua nascendo enquanto esperava seus Registro de Treinador, Rastreador de Pokémon, Identificação de Equipe e Box Pessoal ficarem prontos.

Neth: Por que eu preciso de tudo isso? - Reclamou novamente, imaginava que se continuasse reclamando iriam deixá-lo ir.

Policial: É difícil entrar nessa tua cabeça que é necessário ser identificado no sistema? Você, os pokémon que carrega, onde estão seus pokémon... Tudo! - O homem bateu o punho na mesa, estava irritado pela lentidão do computador.

A enorme porta azul-cinzenta da delegacia se abriu e uma policial entrou ao lado de seu Stantler, aparentemente irritada.

???: Quem este garoto quer ver, Policial John? - Sua voz era curta e grossa enquanto caminhava até parar ao lado de Neth.

Neth: E-Eu não quer ver ning- E antes mesmo de terminar a frase acabou sendo interrompido.

Policial John: Ele vai falar o que viu para o Senhor S, Policial Janne. - O homem fala, a voz amarga como se não gostasse nadinha daquela mulher.

Policial Janne: Você tem problemas de memória? O Senhor S está em Goldenrod, resolvendo aquele problema! - Treinadora e pokémon reviraram os olhos ao mesmo tempo e Neth se segurou para não rir. — Olha, garoto, pode ir, está bem? Durma no Centro Pokémon, fale para por na conta da Janne.

Neth apenas assentiu com a cabeça e saiu voando de lá, nem se lembrando de pegar os documentos que o Policial John estava fazendo. Chegando no Centro Pokémon, fez o que a Policial Janne instruiu e logo em seguida capotou na cama.

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Era de madrugada e Neth Blukleaf estava dormindo quando os cascos dos Shuckle começaram a ecoar os gritos de um Igglypuff por todo o Centro Pokémon, sendo este o motivo do garoto acordar. E também pelo barulho da tranca das portas se ativando.

Neth: Ôh alarme mardito! - Exclamou com seu sotaque que tanto reprimia. — O que está acontecen-

E foi interrompido - como sempre -, mas dessa vez por uma voz que saia da lâmpada do quarto, que acendeu sozinha.

Enf. Joy: De acordo com os termos de hospedagem, os senhores estarão trancados em seus quartos enquanto resolvemos problemas no Centro Pokémon. A equipe agradece. — A gravação termina.

Eletricidade faiscou da pokébola de Mareep e Neth resolveu soltar o monstrinho.

Neth: O que tu quer, Monstro? Preciso sair daqui.

A ovelha infla a lã no corpo e lança um pequeno choque contra a tranca da janela, esta que se abriu imediatamente e permitiu que o lado de fora ficasse visível.

No pátio traseiro, uma Granbull com roupa de enfermeira tentava pegar um Totodile, que também usava a mesma roupa, enquanto isso uma sombra escalava um cano até o telhado do Centro Pokémon.

Sombra: Tilly, Aqua Air Flare! - A voz, que dedurou ser uma menina, gritou.

Totodile assentiu e pulou para ficar de costas no chão. Sua cauda se envolveu de água e só então o pokémon começou a girar no chão, como se estivesse dançando, e conforme girava ia acertando a Granbull e alguns Igglypuff's que chegavam com suas Joy's para ajudar.

Todos acabaram caídos em menos de um minuto e, assim que concluiu o trabalho, o Totodile mirou seu Aqua Tail contra o chão, assim tomando impulso para cima para cair certeiramente no colo de sua treinadora.

Sombra: Isso foi demais, Tilly! - A menina congratulou seu pokémon e pulou para trás do telhado, provavelmente indo para a cidade.

Neth: Que diacho foi isso? - Falou, de boca aberta. Nunca imaginaria que um monstro poderia dançar daquela forma, nunca mesmo.

As Joy's começaram a discutir lá em baixo, uma culpando a outra pela fuga da garota e então Neth resolveu fechar a janela. Não estava afim de pagar alguma multa por aquilo.

No dia seguinte, o assunto da manhã em toda a cidade era o sinal de emergência do Centro Pokémon. Em cada tenda, loja e casa havia pelo menos uma pessoa falando sobre aquilo.

Neth estava passeando quando resolveu parar em uma barraca de frutas e comprar um cacho de Nanab.

Vendedor: Tome aqui sua Nanab, jovem. - O senhor entregou uma sacola com a fruta. — ...Ficou sabendo da Jolyeta? Eu particularmente sempre soube que aquela garotinha não serviria para ser enfermeira, mas não imaginava que iria fazer uma coisa dessas... - Comentou enquanto carregava um olhar decepcionado.

Neth: Então a garota que fugiu era uma enfermeira? - Ergueu uma sobrancelha, aquela conversa estava interessante. — E o que ela fez?

Vendedor: Você veio de onde, jovem? Santo Ho-Oh! Que moleque desinformado. - Bufou em um momento de raiva. — Jolyeta levou com ela a Flauta Dourada.

Neth: Ta, mas o que é Flauta Doura-

Vendedor: AAAAH, VOCÊ NÃO SABE DE NADA! É UM LERDO DESINFORMADO! SAI DA MINHA BARRACA, SAI! - O velho interrompeu Neth e começou a gritar, agora estava realmente estressado.

O treinador pulou para trás com a sacola na mão e saiu andando como se não fosse com ele, não queria passar vergonha.

Depois do vexame, Neth começou a observar mais as pessoas ao redor e isso se mostrou de boa utilidade, já que foi assim que ele notou um ser encapuzado no meio de toda aquela multidão de roupas coloridas.

Neth: Será que...

E não pensou duas vezes antes de seguir a pessoa. Andaram para longe da praia até o sujeito encapuzado sumir dentro de um velho e destruído galpão, este que continha um símbolo todo quebrado estampado no topo.

Encapuzada: Pompa, se apoie de ponta-cabeça e gire como um Hitmontop! Xatu Bico-Quebrado, use seu Sing para combinar com a dança dele. - A voz feminina dizia na maior felicidade.

Neth resolveu espiar e avistou no meio da quadra um Aipom girando no chão de cabeça para baixo, sua cauda tinha dois dedos a menos. Enquanto isso, um Xatu reproduzia um Sing mais grave e nada afinado graças ao bico superior quebrado.

Ficar concentrado naqueles pokémon e na encapuzada impediu o garoto de perceber o que estava acontecendo ao seu redor.

???: Pegue a flauta... - Um sussurro atingiu sua orelha esquerda.

???: Por que não da uma olhada naquela mochila no chão? Pode ter algo ali... - Outro sussurro, só que dessa vez na orelha direita.

???: Neth... Pegue a- A pokébola de Mareep se eletrizou e tirou Neth do transe, fazendo-o "acordar" e voltar a prestar atenção no mundo real.

Mas o que botou desespero em Neth não foi o fato de ter ouvido vozes estranhas, mas sim a ausência da menina. Imediatamente saiu do seu esconderijo e assustou os sete pokémon feridos que dançavam e brincavam por ali.

Neth: Ei, espera! - Gritou enquanto a avistava andando inconscientemente para fora do galpão com algumas notas musicais em volta da sua cabeça.

Uma pontinha de cabelo rosa que escapou de baixo do capuz confirmou o achismo de Neth: Era a tal da Jolyeta! Demorou um pouco para que ele chegasse até a saída que a menina usou e, assim que chegou lá, conseguiu ver a cena de uma bela flauta dourada sendo entregue para um monge de kimono branco.

Neth: Devolva isso! - O treinador gritou novamente, mas logo tampou a própria boca com as duas mãos. Desde quando tinha tomado coragem para algo?!

Jolyeta pulou de susto e deixou o capuz cair, revelando seu rosto de Enfermeira Joy - como todas as outras da sua família. Ela tentou pegar a flauta das mãos do velho, mas foi empurrada por ele, o que causou sua queda.

Monge: Wigglytuff, pode cuidar dele, por favor? - Pediu com sua voz rouca.

A pokémon rosa nem tinha sido notada até aquele momento, era ela quem cantava os sussurros com seu Sing, sua orelha esquerda era cortada ao meio e sua barriga continha uma enorme cicatriz.

A canção de encantamento parou quando uma esfera avermelhada se formou na boca de Wigglytuff e um enorme feixe de poder foi disparado sem mais nem menos contra Neth: um Hyper Beam.

...
Tudo ficou escuro
...

"Salve Johto antes que precise salvar o mundo, Neth."

A voz ecoou em todo aquele breu enquanto o garoto lutava para conseguir abrir os olhos, e conseguiu depois de alguns segundos. Mas a sua visão não era a de um velho com sua Wigglytuff.

Na frente de Neth, estava todo o planeta Terra. Haviam vários focos de incêndios nas regiões e enormes nuvens de fumaça cobrindo cidades inteiras, algumas ilhas pequenas eram cobertas pelas mesmas raízes vistas nas montanhas de Cianwood e, ao olhar para o lado, conseguiu assistir uma menina com roupa de astronauta chorando enquanto tentava recuperar as pokébolas que eram levadas por cipós de volta para a Terra.