Tenha uma boa leitura!
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Já era de manhã do dia seguinte à expulsão de Azalea. Neth e Jolyeta caminhavam entre as árvores da Rota 33 em direção à Cidade de Violet na esperança de lá encontrar alguma informação sobre as raízes.
Jolyeta: E aí a Totodile pulou no braço do monge com um Crunch e evoluiu ao mesmo tempo! - A garota contava o ocorrido na maior alegria. — Foi demais! Quer dizer, triste pelo braço, mas era ele ou eu, então....
Neth observava a colega de viagem contar os acontecimentos do templo, mas a atenção dos dois se voltou ao vento que havia começado a ficar mais forte. Partículas cor-de-rosa apareceram flutuando logo em seguida, impressionando ambos.
Neth: Isso me lembra o Fairy Wind que os Hoppip da fazenda faziam na época de primavera, o pó fazia os humanos ficarem felizes e cantarolar por horas seguidas e alguns até ficavam pra sempre...
Jolyeta: O QUE?! - Ela retira uma pokébola do bolso e a lança, desesperada. — Croconaw, Aqua Tail giratório!
— NARW! - Rugiu.
A crocodilo sai da esfera e passa a girar de costas no chão como uma dançarina, sua cauda foi tomada por água e agia como irrigadora do local, derrubando as partículas rosadas no chão. Aproveitando a situação, Joly puxa Neth pela mão e juntos entram numa caverna.
Neth: Vo-Você é doida...? - O garoto arfava pela ação repentina.
Jolyeta: Estamos na PRIMAVERA, Neth!
Demora um pouco, mas Neth logo arregala os olhos ao perceber o que aquilo queria dizer. Os dois se viram e passam a observar a caverna.
Jolyeta: Deve ter outra entrada nessa caverna, vamos procurar.
Neth: E desde quando eu sou obrigado a ir com você? Não estamos viajando juntos. - Disse, franzindo o cenho. — Só estou viajando pra encontraR alguém capaz de paraR as raízes e salvar minha fazenda.
Joly se virou para o outro e fechou os punhos próximos a cintura.
Jolyeta: Se preferir ficar, tudo bem. Sem mim, você já estaria morto pelos Scyther's de Bugsy ou estaria dançando eternamente com Hoppip's. - Respondeu e se virou para entrar na caverna. — Estou aqui pela Flauta Dourada que seus amigos monges me roubaram, você não sabe nada de mim!
Neth: Que? Eles não são meus amigos!
Joleyta: Todos sabem seu nome, Neth! - Ela grita pela última vez e finalmente entra por completo na caverna.
A pokébola de Mareep se eletrifica, dando um pequeno choque em Neth que percebe que aquilo não era mentira. O treinador suspira e segue Jolyeta em silêncio.Depois de vários passos adentro, um estranho gemido que transmitia dor e ao mesmo tempo medo ecoou.
— Tããããn....!
Uma pokébola é lançada na frente dos dois e Joly se assusta, dando um gritinho.
Neth: Monstro, vai na frente. - Ele sorri. — Se for algum monstro assassino, ele vai seR pego no nosso lugar. - Sussurrou no ouvido da colega.
Jolyeta revirou os olhos e então seguiram andando até que.... A garota deu outro pulinho de susto e em seguida um tapa nas costas de Neth.
Jolyeta: Nunca mais me lamba, seu nojento!
Neth: LambeR? Por que eu te lamberia?!
Jolyeta: No-jen-to!
Enquanto os dois discutiam, Mareep pôde ver pequenas ondas sonoras azuladas se transportando pelas paredes da caverna e tentava avisar os treinadores, mas sem sucesso. As ondas passam a aumentar e então com elas vieram a voz do dono daquele movimento.
— TÂN, TÂN, TÂN!
Neth: É o mesmo baru- ARGH!
Neth e Jolyeta tampam os ouvidos com as mãos e caem no chão, reclamando do alto volume. O garoto assistiu uma enorme língua rosa sair da escuridão, enrolar Jolyeta e então a puxar, em seguida olhou para onde Monstro deveria estar e não o viu, por fim olhou para o lado, dando de caras com pés rosas.Nada conseguiu fazer graças ao chute que levou na cara, desmaiando.
Um chute atingiu a barriga de Croconaw que estava caída no chão da caverna, acordando-a.
Tyrogue: Acorda, idiota. Vamos embora.
Croconaw: Meu amoor, chegou ontem e acha que pode sair chutando a veterana aqui? - Ela bateu palminhas fazendo pose depois de se levantar. Não demorou muito para que ela lembrasse o que tinha acontecido com seus treinadores. — Ir embora pra onde? Você vai vir comigo salvar a Joly e o Kenneth ou vai perder esse bracinho mixuruca.
O pé do Tyrogue recém-capturado se enche de aura e então ele pisa no chão, cruzando os braços e revirando os olhos num suspiro.
Tyrogue: Tu sabe que nossos ataques só machucam pra valer os humanos, né? Aquele Shuckle vai recuperar o tentáculo que cortei daqui uns dias.
Os dois pokémon trocam olhares raivosos antes de Tyrogue sentar e começar a meditar. Ondas sonoras circulares eram visíveis saindo de baixo dele e percorrendo toda a caverna.
Croconaw: Minha parceira ta perdida e você ta meditando? - Disse, incrédula. — Amado??
Tyrogue: Se prestasse atenção, veria que estou usando o Foresight. - E então se levanta, apontando para um corredor. — Os dois humanos estão para lá. Tem um pokémon com eles.
Croconaw e Tyrogue seguem o corredor, este que tinha algumas ramificações, sendo que em uma delas dois Heracross brigavam por uma concha de Shuckle. O vencedor ergueu a concha como um troféu e bebeu todo o suco ali dentro, o que fez Tyrogue ficar parado de tão impressionado, afinal, era sua primeira vez no mundo selvagem.
Croconaw: Se apaixonou, amor? Vai lá que eu tenho certeza que eles também vão amar ter você para o jantar.
Tyrogue: Cala a boca.
Tyrogue revirou os olhos e seguiu em frente, sendo seguido pela crocodilo. Até que pararam num corredor sem saída.
Uma enorme parede de pedras cheia de teias, folhas velhas trazidas pelo vento e até mesmo algumas bolotas onde se poderia chutar serem pokémon azarados que se tornaram comida de aracnídeos.
O silêncio dominou o local e Croconaw começou a bater a pata no chão nervosa, afinal, Tyrogue tinha certeza de que aquele caminho era o certo.
Tyrogue: Da pra parar de bater esse maldito pé?
Croconaw: Sério? Você é um pokémon de laboratório que mal sabe usar um Foresight para localizar alguém e no fim só ta preocupado com meu pé batendo no chão?
Tyrogue: Eu sei usar meu Foresight direito, Croconaw. A única coisa que eu não sei é quem é você e pretendo continuar assim, então só cala a boca, belê? - Ele força um sorriso. — Vamos trabalhar juntos até eu encontrar o dono da minha pokébola, depois nunca mais quero ver sua cara.
A Croconaw fez cara feia e deu um passo para frente, claramente irritada.
Croconaw: Por que você é tão... Babaca? Não podia ter pelo menos um pouco de sensibilidade e empatia pelos outros?
Tyrogue: Sério? A pokémon que amputou o braço de um monge está querendo cobrar sensibilidade e empatia de mim? Ha, ha.
Enquanto falava, Tyrogue observava todos os lados do túnel em que estavam, seus olhos tinham a cor vermelha graças ao Foresight ativado.
Croconaw: Eu fiz aquilo para proteger a Joly, ao invés de você que amputou os tentáculos daquele Shuckle só por si mesmo! Você sabia que, se vencesse ele, teria chances de fugir do laboratório. - A cauda dela chicoteava e era possível ver algumas gotículas de água circulando em volta dela.
Tyrogue: E você está certa. - O Foresight se desligou e então o pokémon olhou para a colega. — Sabe quantos dias fiquei lá em baixo tendo que tomar e comer todo tipo de experimento só para chegar em algum resultado científico? - Ele fecha os punhos enquanto lembrava de algumas situações. — Humanos não ligam para nós, Croconaw, nunca ligaram! Eu nasci e morreria lá naquele aquário e agora estou aprisionado em uma pokébola porque simplesmente me recusei a obedecer aquele tal de Joyline, então, sim, eu venci aquele Shuckle só para, pela primeira vez na vida, ter a sensação de me sentir livre, mas... Veja só, cá estou eu preso numa caverna procurando o meu maldito "dono".
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Dois Tyrogue meditavam calmamente depois de comerem, enquanto outro chutava e socava um saco de pancadas. Algo em comum entre eles — além de sua espécie — era que todos estavam presos atrás de grades. Um humano parou em frente á gaiola de grades que prendia o que estava treinando e anotou algumas coisas numa caderneta.
Cientista: O Tyrogue Zero-Dois não apresenta resultados com a pílula letra C número cinco de dez. - Ele diz em voz alta. — Os outros dois Tyrogue's já demonstraram sinais de calma, mas esse não. Deem as 5 pílulas restantes do grupo C para ele de uma vez só e se mesmo assim não reagir... Avançamos para o grupo D.
???: Senhor, ele não vai resistir. Não podemos fazer isso! - Um monge que estava ao fundo escutando as ordens ao lado de mais dois se pronunciou.
Cientista: Eu não me importo! - O homem socou a grade assim fazendo a jaula toda tremer. — Não podemos usar essas pílulas nas flores de Azalea até termos certeza de que trazem os sentimentos certos para corrigir a loucura dos cidadãos. Peguem as malditas pílulas AGO-
O Tyrogue Zero-Dois se movimento em uma velocidade inacreditável para chegar até o cientista e puxá-lo contra as grades. A caderneta caiu e os óculos passaram a rachar graças à pressão que sofriam ao serem forçados contra a barreira de metal, até quebrarem.
Não demorou muito para os três monges se aproximarem rapidamente e soltarem o cientista das mãos do pokémon, que foi eletrizado com uma arma de choque e caiu ao chão tremendo.
Cientista: Eu quero que coloquem essa imundice numa cela aquário, estão me ouvindo?! - Ordenou enquanto entrava na jaula e passava a chutar e pisar no pokémon enquanto o xingava.
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Croconaw: Eu... - Ela engole em seco após ouvir a história, afinal, não tinha sido tão diferente assim com Jolyeta. — Eu... - E então suspirou. — Acho que começamos pelo pé esquerdo, é que to preocupada com a Joly e...
Tyrogue: Ta, ta... Deixa isso pra lá.. - E então ele olha para Croconaw, arregalando os olhos. — Isso não é só teia de Ariados!
Croconaw olha para trás e se aproxima ao lado do lutador da parede que estava coberta de teias, os dois afastam as teias do caminho e descobrem uma entrada para uma gruta ali.
Tyrogue: Eu sabia! Meu Foresight não erra!
Assim que entram na gruta, parecia tudo vazio até que, em um piscar de olhos, uma língua rosa se estica em alta velocidade, puxando o pé da Croconaw.
Croconaw: ISSO É UMA LÍNGUA?! ME AJUDA!
Mais línguas apareceram de todos os lados tentando acertar Tyrogue, que rebatia todas com socos e chutes. O pokémon olhou para Croconaw sendo arrastada e correu até ela, tratando de segurar a língua e puxa-lá para descobrir quem era seu dono.
De dentro da escuridão, um Lickitung foi puxado.
Croconaw: Aqua Tail!
A cauda de Croconaw se encheu de água e Lickitung foi puxado direto nela, explodindo... Como um clone.
Jolyeta: ME AJUDEM, POR FAVOR! - Um grito ecoou em um canto da caverna.
Os dois pokémon avistaram Jolyeta enrolada por uma língua e prestes a ser engolida, no chão ao lado dela estava Neth envolvido por saliva seca.
Tyrogue: Você não precisa anunciar seus ataques... - Murmurou.
Croconaw: Aqua Jet!
Partículas de água iam se juntando no corpo da Croconaw conforme corria na direção da treinadora até formar um jato que foi de encontro com o Lickitung, esse que também explodiu em fumaça.
Croconaw: Outro clone! - Reclamou e depois ajudou Jolyeta a se levantar.
Da escuridão, vários Lickitung's apareceram. Tyrogue entrou em posição de ataque e sua mão direita se energizou antes que ele cortasse o ar com ela, lançando um Vacuum Wave que explodiu todos os inimigos.
Tyrogue: Nenhum é o verdadeiro...?
O pokémon lutador tinha os olhos semicerrados focando na escuridão bem na sua frente para tentar enxergar se havia alguém ali, mas não demorou muito para arregalar os olhos novamente ao ouvir a voz do dono de sua pokébola.
Neth: Tyrogue, atrás de você! - O treinador gritou enquanto era solto da saliva seca com a ajuda de Croconaw.
Tyrogue se virou e recebeu uma pancada de língua, sendo projetado para trás sem tempo de esquiva.
Lickitung: Eles serviriam de refeição por duas semanas, você estragou tudo! - A pokémon esbravejou.
A Lickitung novamente esticou sua língua e pegou Tyrogue pelos chifres girando-o no ar e em seguida o jogando no chão próximo aos treinadores.
Lickitung: Ninguém sai da minha toca! - Voltou a esbravejar enquanto se posicionava na frente da única saída dali.
Neth se aproximou em passos mancos de Tyrogue e o ajudou a se levantar.
Neth: Use o golpe do chute!
— TCHAI!
Tyrogue pegou impulso e se projetou na direção da inimiga, energizando seu pé e então chutando Lickitung na barriga. Neth chutou o ar ao mesmo tempo em sincronia com seu pokémon e Jolyeta pôde ver um sorriso no rosto do garoto.
Neth: De novo!
Dessa vez, os dois se abaixaram numa rasteira que derrubou a inimiga no chão.
Neth: Lance o ar forte!
Ao invés de ouvir o treinador, Tyrogue potencializa seu pé novamente e pisa na barriga de Lickitung, fazendo-a cuspir Mareep cheio de baba e desmaiado.
Neth: Viu, eu disse que era uma boa ideia deixa-lo na frente. - Disse orgulhoso para Jolyeta. — Podia ser eu ali!
Os olhos de Tyrogue brilham em vermelho e escaneiam o corpo de Lickitung antes de começar a acertar o corpo da inimiga em pontos específicos com socos cheios de aura de Vacuum Wave, o quarto soco a deixa desabilitada.
Neth: Yanma também sabia esse golpe... - Comentou depois de assistir o Foresight.
Depois de finalizar a oponente, Tyrogue pega a ovelha no colo e a leva para Neth.
Jolyeta: Agradeça ele, se sacrificou por ti! - Quase que ordenou ao ver o Mareep desmaiado chegando aos braços de Neth.
Neth: Ahm... - Ele olha para o pokémon em seus braços. — Obrigado, ...Mareep. - E então acaricia a cabeça dele, o retornando para a pokébola.
O som de algo caindo é escutado e Neth olha para trás, se deparando com Jolyeta deitada desastrosamente no chão.
— Crow-Cronaarw! (Jolyeta está des-mai-a-da!)
Neth: E-Eu vou carregar ela... - Ele diz revirando os olhos e se abaixando. — Aliás, obrigado, Tyrogue, obrigado Croconaw. Sem vocês nós seríamos comida daquela Lickitung. Nunca mais entro em uma caverna.
Tyrogue franze o cenho e bufa, afinal, ele quem tinha feito tudo enquanto Croconaw só o seguia. Já Croconaw sorriu e abraçou as pernas de Neth.
Depois do abraço, Neth coloca Jolyeta nos ombros e sai andando, seguindo Croconaw e Tyrogue que procuravam uma saída. O treinador passa por cima de Lickitung que estava desmaiada na entrada da gruta e tropeça em seu braço, derrubando uma pokébola sem perceber.A esfera toca no corpo da pokémon selvagem e...