Saga dos Pergaminhos - Capítulo 1

Tenha uma boa leitura!

O som barulhento do navio atracando no porto foi o necessário para acordar quem ainda dormia na Cidade de Cianwood, mas esse não era o caso de Neth Blukleaf. O garoto coletava algumas frutas Bluk das várias árvores que existiam na fazenda da sua mãe e, graças aos céus, já estava acabando depois de sete longas horas de trabalho duro.
Imagem relacionada

Alguns Piloswine - estes que usavam colares com everstones - pastavam por ali grudados aos seus filhotes Swinub, estava frio e era fácil notar isso só de olhar para eles ou para os Skiploom com suas flores fechadas enquanto flutuavam por aí.

O sino localizado na varanda da casa dos Blukleaf tocou e isso indicava duas coisas:
1) O almoço estava pronto.
2) O relógio já batia meio-dia.

Neth: Já vou, mãe! - Exclamou e colocou as últimas frutas nas cestas antes de correr de volta para casa.

[...]

Assim que chegou na cozinha, avistou seus pais sorridentes atrás de uma cadeira olhando para uma cesta velha coberta por um pano estampado com pokébolas.

Neth: Ahm... Oi, pai. - Cumprimentou com um aceno. Fazia alguns dias desde que não o via. — O que é isso?

A mãe de Neth, Jeanette, apontou com a cabeça, quase que indicando que ele puxasse o pano. E foi isso que Neth fez, revelando ali na cesta uma bola de parte superior vermelha e inferior branca, ambas as cores sendo separadas por uma linha preta.

Neth: Uma... Uma bola de pokémon? - Perguntou enquanto pegava a esfera na mão e a observava.
Imagem relacionada

Demoraram exatos cinco segundos para que ele notasse uma pequena ovelhinha ali dentro, olhando fixamente para o garoto.

Neth: Q-QUIÊÊ??!?!! - Gaguejou enquanto gritava assustado, tratando de jogar a bola na mesa e pular para trás.

O pai cruzou os braços em desaprovação pela maneira de agir do filho e a mãe riu de felicidade.

Nathan: É uma Mareep, ela nasceu recentemente da Flaffy líder do rebanho. Você lembra, não é?

Jeanette: Juntamos o dinheiro que a venda das fruta Bluk deu no mês passado e compramos essa pokébola especialmente para você!

Em seguida, Jeanette pegou a pokébola e a apertou no centro, libertando uma pokémon azul coberta por lã, esta que liberou faíscas quando Mareep se chacoalhou. Neth olhou para a pokémon que agora estava em cima da mesa e depois olhou para seus pais... Não estava sorrindo, mas resolveu se forçar a fazer isso.

Neth: Obrigado, pai e mãe. - Falou enquanto coçava o cabelo. — Mas e-

Nathan: Agora você pode sair em jornada, como todos os outros jovens de Johto. - O pai tratou de cortar a fala do filho, era incontável a presença de orgulho em sua voz.

Jeanette: Você quer isso, não quer? - A voz doce e baixa dela já dava pequenos sinais de tristeza. — Ter a chance de desafiar 'A Nova Elite...

Neth: Eu... - Olhou novamente para Mareep e depois para a janela, onde era possível ver a fazenda. — Claro que quero! - Exclamou, sorridente, e foi abraçar os pais.

Qualquer um que estivesse atrás deles poderia ver o rosto triste de Neth, seus olhos cor-de-mel brilhavam com as lágrimas que ele recusava deixar cair. Era claro que ele NÃO queria.

[...]

Depois de pegar uma mochila branca com uma barraca escura amarrada em cima dela, Neth saiu de casa. Neth e a pokébola. Neth e Mareep.

Neth: Eles estavam planejando isso há meses, sabia? Lembro quando meu pai pegou essa barraca com as mães de Joany em troca de Lã Elétrica. - Ele falava enquanto observava a pokebola, como se falasse com um brinquedo.

Mal notou que já estava descendo as intermináveis escadas da Montanha de Cianwood, uma gigantesca montanha que ficava ao lado da cidade. Os fazendeiros tinham tomado o local anos atrás graças à calmaria e por ali ficaram.

Neth: Deveriam colocar logo um teleférico aqui, para nós descermos mais rápido... Quer dizer, eles, os fazendeiros. - Suspirou enquanto passava por cima de uma grossa raiz que tinha crescido em volta daquele degrau de pedra.

Ficar desabafando com a bola impediu o garoto de notar que a raiz - antes verde-escura - tinha ganhado o tom verde fluorescente assim que ele deu as costas e, ao mesmo tempo, começou a apertar o degrau num forte abraço até conseguir despedaça-lo em vários cacos de pedra, todos estes disparados para baixo; na direção de Neth.

A pokébola que estava na mão dele se abriu e só foi possível ver um veloz feixe de luz sair de lá, passando por cima do ombro dele e formando uma ovelha azul liberando várias ondas elétricas, todas acertando cada pedacinho de pedra. Era um Thunder Wave!

Neth: Quê foi isso!? - Gritou assustado. Durante a rápida cena de ação, o jovem havia se jogado contra a parede da montanha para não cair lá em baixo.

Mareep olhou para a raiz - que agora parecia um grande cipó - e brilhou a esfera na ponta da cauda para chamar a atenção do treinador, e conseguiu. O garoto seguiu o olhar da ovelha e notou um cipó fluorescente subindo pela montanha, mas depois parando e voltando ao tom escuro.

Neth: Desde quando essas raízes estão subindo a montanha? - Ele comenta enquanto abaixa para abrir a mochila. — Retorna. - Completou e apertou a pokebola, Mareep teve sua matéria transformada em luz e foi sugada para a esfera.

Procurou por menos de um minuto até achar uma arma-sinalizador e utiliza-la. "Nem morto que vou descer isso aqui sozinho." pensou enquanto atirava na direção do céu uma bombinha de fumaça vermelha.

Não demorou para que um Mantine aparecesse montado por um oficial de polícia, estavam cercados por cinco Hoothoot que utilizavam o Foresight - feixes de luz vermelha - apontados para Neth.
 

Neth: Preciso de ajuda, Senhor Policial! - Gritou e apontou para as vinhas.

Policial: H2T2, avise para o Senhor S sobre as raízes na montanha! - Um Hoothoot assentiu e desceu para a cidade em alta velocidade. — Manti-57 ative o Helping Hand e use seu Aqua Ring no garoto!

As antenas de Mantine, ou Manti-57 conforme seu nome, brilharam e dois anéis de água foram enviados para Neth, que ficou sendo circulado por ambos. Os anéis brilharam com a ajuda do Helping Hand e foram levados até as costas de Manti-57, onde desapareceram e soltaram o menino.

Policial: Precisará contra o que aconteceu para o Senhor S, garoto. - O homem instruiu enquanto acariciava a Mantine, uma forma de recompensa-la pelo bom trabalho.

Neth: Eu ainda sou de menor, preciso da minha mã-

Policial: Você é um treinador, não é? Já tem responsabilidade para contar uma coisa que viu durante seu passeio pela montanha. - Repreendeu ao cortar a fala do garoto. — Manti-57, para a delegacia. E vocês quatro, retornem! Agradeço pela ajuda.

Os quatro Hoothoot's voltaram para as pokebolas azul-e-brancas com símbolos da polícia e então Manti-57 tomou voo para a cidade. E Neth? Neth olhava para a pokebola de Mareep, não tinha agradecido ela... E nem iria, era só um pokémon.

7 comentários:

  1. Bom dia Carbinks e outras espécieis também, tudo bom, estamos aqui no CarbinkTube para mais um comentário numa nova história super envolvente e revolucionária com muito contexto histórico chamada de Saga dos Pergaminhos, vamo la
    Capitulo adorável, o achei muito legal, conhecemos o modelo de vida na fazenda e embora tenha sido curto, mostrou imenso do ambiente, do clima que a história deve seguir e da maneira como você quer passar a sua Johto, deixou sua marca bem Ramon Lopes de imaginação que você já tinha desde Ronnie, confesso que sua escrita sempre foi das que mais me agradavam de ler e das poucas que eu não pulava mais da metade do capitulo, foi super nostalgico e me deu orgulho também ver você agora, mais desenvolvido nas palavras, escrevendo tão bem e ainda sim me lembrando o Ramon de 2014 quando nós escreviamos fics com cards de fala
    Gostei do protagonista, ele me deu raiva pela forma de pensar, principalmente sobre a Mareep, ela não é só um Pokemon, ela é uma ovelha também caralho, porra, respeita esse bicho, vocal da Taylor Swift
    Adoro como algumas coisas você teve o cuidado de mergulhar no clima rural também, talvez um dialeto menos desenvolvido para eles, como bola de pegar Pokemon, o susto por ver que a mãe (injustiçada 100% escrava da sociedade atual) comprou uma Pokeball com o dinheiro do tráfico daquelas fruta que jesus imagina 7 horas dela colhendo, eu tenho medo
    Esse final me deixou curioso, testemunhamos algo junto com o nesfit (vou chamá-lo assim) e agora ele vai dar depoimento pra policia, imaginei aquelas entrevistas que viram memes, ele falando algo tipo "não vi não, é mentira eu sou apenas um jovem camponês"
    kkkkkkkkkk foi muito bom ler mesmo, melhorou bastante do meu humor de hoje que está ó... una mierda
    Volte com tudo, Lopes, não desista, só pare se cansar da história, mas saiba que vou estar sempre lendo e te incentivando, ótimo regresso e já quero mais 50 na minha mesa
    continua :3

    ResponderExcluir
  2. Essa é primeira fanfic sua que eu leio, gostei desse inicio da história saiu um pouco do velho clichê, além de aproveitar ainda mais a ilha de Cianwood achei isso bem bacana e gostei desse clima de fazenda e da linguagem aplicada nos personagens ficou perfeita e percebemos que o Neth não tá muito afim de ir a uma jornada e também que não dá muita bola para pequena Mareep que ele nem agradeceu a ela, garoto ingrato mas isso deve de mudar conforme a história, acredito eu. Essas raízes sem duvidas é algum Pokémon talvez ou não nunca se sabe. E gostei desse lance da Policia e dos Pokémon usados por ela, sem ser uma Oficial Jenny com um Growlithe :v Resumindo o capitulo estava muito bom e estou ansioso para ver os próximos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sério?? Aa pensei que já tinha lido outras, anyway, obrigado pelo comentário. Vou dar meu máximo para aproveitar totalmente cada cidade que Neth visitar, tentar deixar Johto mais interessantes como base para futuras fanfics.
      Essas raízes serão a base da fanfic toda, não espere descobrir tão cedo ushduash E sim, to fazendo de tudo pra sair do clichê.

      Excluir
  3. Hello! Antes de mais quero pedir desculpas por só ter vindo ler agora, queria ter feito mais cedo mas... well, esqueci-me =/
    Gostei do ambiente fazendeiro do começo, faz pensar numa pequena aldeia do interior, apesar desta ser perto do mar e junto de um porto, que deve atrapalhar bastante a vida dos Pokémon nessa fazenda... ou então já estão habituados ao barulho que já nem ligam xD
    O Neth já se mostrou bem trabalhador, começando as atividades de campo logo pela manhã cedo, de novo, como nas pequenas aldeias do interior, gosto do aspeto rustico da coisa misturado com o avanço metropolitano.
    O pormenor das everstone nos Piloswine ficou bem fofo também.
    Neth aparenta ter uma relação distante com o pai, a cena de ele não o ver à alguns dias e o apenas cumprimentar com um simples "oi" me faz pensar que ele tem alguns problemas com o pai...
    A reação do Neth ao ver o Pokémon foi bem exagerada, mas eu ri, confesso xD
    Gostei da revelação da Mareep, ficou bem cute, mas parece que os pais estão mais contentes por expulsar o filho e casa do que o próprio de sair em jornada...
    A saída foi repentina, mas gostei do monólogo do Neth enquanto viajava e em como isso o distraiu dos perigos do caminho.
    Mareep saindo sozinha da bola foi um bom momento, ainda chocou (pun intended) o treinador...
    A parte do policial achei um tanto apressada, penso que poderia ter explorado mais a cena com as vinhas, mas ficou bem destacado como um primeiro mistério para a história.
    Gostei do primeiro capítulo, vou já ler o seguinte.

    ResponderExcluir
  4. Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii(essa é minha entrada principal, então desculpe qualquer coisa)
    Bem eu nunca tinha lido nada seu e não sabia exatamente o que esperar, mas me surpreendi imenso, seu estilo de descrição e narração acho que combina bastante com essa história e cria um clima harmônico , principalmente se tratando de uma fazenda, gostei muito de todas as descrições, o navio atracando e os piloswine pastando.
    A cena dos pais entregando Mareep para Neth me deixou bem surpreso, eles devem imaginar e querer que o filho seja como os outros, mas este não deseja nem um pouco, inclusive a reação dele ao ver mareep foi bem divertida, ri bastante dessa cena, não sei se a relaçaõ dele com os pais é complicada por conta dessa situação, mas me parece que sim e quero ver como isso vai ser desenvolvido ou se teremos mais flashs relacionados a isso.
    Gosto de Neth discutindo com a pokebola, acho que é algo que eu faria, afinal ele esta em jornada sozinho e muito provavelmente deve ser meio solitário, a parte das vinhas, eu demorei um pouco para entender as descrições e acho que poderia se atentar um pouco mais as descrições desse tipo de cena, Mareep parece ser uma criatura bem fofa e dócil, tadinha ter de estar presa desse jeito, achei muito criativo o modo do Policial pega-lo e toda a abordagem, amei os codinomes dos pokemons o que um toque totalmente diferente e da pra ver que vc se dedicou a criar e explorar esse tipo de coisa.
    sugiro só pensar melhor em suas transições de cena e fazer com que não sejam tão bruscas, de resto eu gostei muito do capitulo, parabéns <3

    ResponderExcluir
  5. Pouca coisa no primeiro capítulo, mas quanto para falar, viu? Até demais, nem sei o tamanho que meu comentário tomará, verei com o tempo de que for recorrendo os fatores ocorridos.

    A sensação desconfortável do Neth no momento é evidente demais. Tratando uma pokébola e um pokémon ainda como se fosse algo estranho, ou até mesmo "nojento". É meio aquelas reações de "Eeeek", que costumam representar nojos de tal fator. Imagino que talvez ele melhore com isso a partir do tempo.

    Ninguém trata um pobre Mareep assim! ;-;


    Um começo calmo, uma escolha dependente de cada autor se deve escolher entre: Calmo, mediano ou caótico. Vejo que optou escolher pelo calmo apresentando um pouco mais sobre a fazenda local e demonstrando que na verdade, Neth é um garoto de interior se fosse trazido para nossa realidade nesse mundo.

    Os Piloswine's com Evertone, talvez os donos — pai e mãe de Neth — optaram por não deixá-los evoluir tanto assim. Um Swinub seria um tanto quanto indefeso demais para se proteger sozinho, assim como um Mamoswine é complicado demais em questão de tamanho e alimentação. Sendo assim, o segundo estágio uma opção boa para ambos os lados.

    Descrição das coisas... Maravilhosas. Sem palavras. Ainda tento melhorar minhas descrições de locais, afinal, são uma das coisas que mais gosto de escrever em um capítulo por se ver tão pouco em fanfic desse tipo.

    A surpresa de que iria em uma nova jornada; Surpreendente, de fato. Pela sua descrição, Nathan, o pai de Neth, não me parece ser uma pessoa tão presente assim na família por em suas palavras, parecer uma pessoa distante e ausente. Até mesmo em sua fala se percebe bastante isso.

    A tristeza do Neth em ir embora é de partir o coração. Coitado dele, ;-;. Dá uma grande vontade de guardá-lo em um potinho e protegê-lo de todo esse mundo Pokémon. Mas acredito que talvez ele amadureça ao decorrer da fanfic.

    Queria saber o motivo de seus pais ainda planejarem aquilo para o filho? Seria isso que queriam? Que o Neth seguisse o padrão dos outros treinadores?

    Muito interessante o fator das raízes e esse mistério no primeiro capítulo, algo para nos deixar curioso ao próximo. Um policial Pokémon na verdade, não seria NADA sem eles, né. Sortes deles ter tantos Pokémon habilidosos assim.

    As ideias de nome foram inesperadas, mas costumam ser ouvidas de alguns policias da atualidade. Até mesmo quando se tem muitas pessoas em um certo trabalho e tem que numerá-las em nomes com números. Não me lembro quais tipos de trabalho usam isso atualmente, mas provavelmente existem.

    Uma dica:
    Não sei se já ajeitou isso nos próximos capítulos, mas é recomendado que ao invés de estar usando o hífen: "-", usar o travessão "—". Caso não saiba como usar no computador, basta colocar:

    Alt + 0151

    Se for no celular, aperte no botão do hífen e continue apertando até aparecer outras opções incluindo o travessão.

    De forma geral, um ótimo começo de capítulo. Continuarei comentando, até o próximo!
    Parabéns.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Senhor Arceus, é um comentário e tanto! kk
      Fico feliz (e muito) que você tenha notado a indiferença de Neth por Mareep e também que tenha gostado da minha forma de descrever o ambiente, a preferência por Piloswine é algo que será revelado com o passar dos capítulos e está interligada com outros fatores que você mesmo citou no comentário, uma dica que eu deixo é tentar não esquecer de coisas que podem parecer "bobas" aqui nessa saga. Muita coisa vire relevante la na frente.

      Se eu não me engano, tirei a ideia dos nomes quando vi uma reportagem de cães policiais que recebem nomes. Ai imaginei que seria legal dar números junto com o nickname do pokémon para dar a impressão que além do tal "Manti-57" existem outros 56 Mantine's no pelotão.

      Obrigado pela dica do travessão e inclusive acho que arrumei isso já, mas caso não tenha pode ter certeza que a partir de agora vou passar a usar!

      Excluir