Saga dos Pergaminhos - Capítulo 4

Tenha uma boa leitura!

Um menino de, no máximo, sete anos, estava sentado num fardo de feno esperando seu pai chegar. Os olhos do pequeno brilhavam e seu cabelo encaracolado era a própria definição da palavra "bagunça". A porta do celeiro se abriu e várias Miltank entraram no local, cada uma se dirigindo para um fardo na intenção de se alimentar, ao contrário de uma em especial que permaneceu de pé ao lado de um homem de camisa xadrez e macacão jeans, ambas peças sujas.


Nathan: Bom dia, Neth! - Cantarolou, sorridente. - Quer ver seu presente?

Neth: Oiiii, pai! Bom dia, Miltank! - Correu em pulinhos até a pokemon vaca e a abraçou. - Presente? Quero, quero!

O mais velho se virou e pegou  um saco de pancadas amarelo de dentro de uma mochila, o mostrando para o filho e arrancando um enorme sorriso do rosto dele.
Uma névoa cobriu o celeiro por rápidos segundos antes de mostrar Neth mais velho, com seu pai e sua mãe na cozinha. Em cima da mesa, estava uma caixa que mostrava carregar uma máquina de fazer roupas - era o que estava escrito na estampa do papelão ao lado de uma logo "C.R.E".

Mais uma vez, a névoa cobriu todo o lugar e agora estavam na frente do celeiro. Neth já tinha doze anos.

Neth: Pai! - Ele gritou e foi correndo abraçar seu pai, que usava uma roupa social. - Vamos treinar hoje?! Já to bem foRte!

Nathan: Olha, Neth, hoje não vai dar. - Ele afasta o filho e o beija no topo da testa antes de sair andando.

Ao redor do menino desolado, várias Mareep e Flaffy de lã cortada pastavam ao lado das velhas Miltank's da fazenda.
A visão do espectador vai se afastando e Neth diminuindo conforme a distância aumentava até que o som de um navio atracando acorda a pessoa que sonhava com aquilo.

Neth: Droga de navio! - Exclamou com a mão no peito, seu coração tinha acelerado com o susto.

Não demorou para que ele trocasse o pijama pela roupa de viagem e saísse do quarto com as suas coisas na mochila. Andava de cabeça baixa enquanto se lembrava do sonho-que-não-era-sonho que teve, se perguntava como ainda estava vivo depois do Wigglytuff o atacar.
A falta de atenção o fez esbarrar numa pessoa encapuzada, mas ignorou a reclamação dela e saiu andando para finalmente sair do navio.

Marcel: Bem-vindos à Goldenrod, meu nome é Marcel e vou mostrar que o futuro de Johto está aqui!

O homem lia suas falas em um celular e Neth só sabia que aquele era o nome do aparelho graças aos jornais de compras. Uma treinadora carregando um Ledyba nos braços mostrou um eletrônico vermelho para Marcel enquanto fazia pose, como se tivessem ensaiado.

Marcel: Olhem e admirem o futuro! A mais nova Pokedex Johtense!

A tal Pokédex era um pequeno quadrado com um centímetro de grossura na cor vermelha e com um círculo azul no centro.
Marcel a deixou na vertical, de pé, e apontou para Ledyba. O pokemon foi escaneado com uma luz azul e um bipe foi acionado, indicando que as informações haviam sido coletadas.

Pokédex: Ledyba, o pokemon joaninha. Quando fica frio, grupos de Ledyba de vários lugares se juntam para formar um grande casulo e manter uns aos outros aquecidos. - O eletrônico falava enquanto exibia um holograma de Ledyba.

A essa altura, todas as pessoas já haviam saído do navio e formavam uma multidão em volta de Marcel. Neth? Neth tinha saído andando e agora caminhava pela cidade.
Passou por uma loja de roupas com uma televisão na vitrine mostrando um comercial, nele aparecia uma mulher usando um casaco felpudo enquanto dizia "Use os casacos eletrizantes de...", mas o treinador não esperou pra ver até o fim, só continuou andando.
Por toda a cidade era possível ver a Torre de Rádio, assim como os vários Natu's voando ao redor dela, o que tinha roubado a atenção do treinador.

???: Miltank, Fire Punch!

Neth sente seu corpo esfriar e vira para trás assustado, logo notando uma pokémon vaca recolhendo o calor em volta dela para formar uma poderosa cobertura de chamas em seu punho direito e socá-lo em várias raízes que cobriam os rodapés de uma construção.

Neth: Essas raízes... - Um pequeno flash de memória o lembrou da raíz na montanha.

???: Pequeno, o que eu disse? Todas as crianças devem ir para o teatro na palestra do Professor Tracey! - A mulher que estava de costas amarra o cabelo num rabo de cavalo graças ao calor que tinha chegado. - Venha, vou te levar lá.

Neth: Mas o que...

A mulher se vira olhando para baixo enquanto esperava avistar uma criancinha, mas se surpreende ao ver que esteva errada.

???: Ai santo leite morno, me desculpe! Achei que fosse um dos meus alunos, mas alguém da pré-escola não tem esse tamanho haha! 

Neth: Ahm... Ta... - Ele coça a nuca, sem saber o que dizer. — O que é isso? - Disse apontando para as raízes, ignorando totalmente o que ela tinha dito.

???: É informação confidencial da Elite de Johto. - Ela faz um X na boca com o dedo indicador esquerdo. - Aliás, quem é você? Nunca te vi, haha.

- Miul...

Miltank cobre o rosto com os cascos em pura vergonha da treinadora.

Neth: Sou de Cianwood. 

É o que diz antes de olhar para toda a construção que tinha raízes nos rodapés e notar que aquilo era um ginásio, tudo graças ao símbolo no topo, o mesmo que tinha no ginásio de Marissa. Uma rápida olhada na parede também mostrou um cartaz promovendo a compra do Leite Milthney, da criadora Whitney.

Whitney: Ah! Esse cartaz é antigo feito a minha vó, haha. Eu tinha sua idade nessa foto. - Disse ao seguir o olhar de Neth. — Foi uma parceria com a C.R.E., aquela empresa de crentes.

Neth: Todos os líderes de ginásio de Johto têm cabelo rosa? - Perguntou mentalmente para si mesmo. - Ahm... Ta bom. Eu vou indo.

Miltank se descobre e revela um olho curioso observando o treinador, mas não faz nada.

Whitney: Menino estranho, né? Credo.

Neth já tinha voltado a andar quando ouviu ao fundo Whitney pedindo outro Fire Punch naquelas estranhas raízes.

Neth: "Professor Tracey"... Talvez ele saiba de algo. - Falava com a pokébola de Mareep.

O garoto andou por quatro ruas diferentes e em todas notou televisores promovendo "Os mais novos casacos SHOCKantes" ou "As BOLTas que farão você andar confortavelmente". Na quinta rua, uma construção chamou sua atenção, se lembrava de ter ido ali com seu pai quando era um cassino, mas agora o lugar era ocupado por um teatro.

Neth: Essa cidade mudou muito... - Resmungou enquanto entrava no lugar que tinha as portas abertas.

O teatro era um grande salão de teto azul escuro pintado com estrelas e paredes cobertas por cortinas pretas. Um palco retangular ocupava uma grande parte ao fundo e bem na frente dele se iniciavam longas fileiras de poltronas pretas. Em cima do palco, um homem de aparência jovem vestindo um jaleco tinha animação na fala.

Professor Tracey: Pokemon como o meu Porygon-2 são essenciais para o avanço da ciência e tecnologia. - Dizia enquanto observava o monstro flutuando ao seu lado. - A nova Johto-Dex foi projetada com a ajuda dele, inclusive.

As crianças ocupavam várias cadeiras e algumas carregavam pokémon's, como por exemplo uma menina que tinha no colo sua Sentret cheia de fitas rosas na cauda e um menino que tinha a cabeça coberta por um gás arroxeado, demorou para que Neth notasse ser um Gastly brincando.

Professor Tracey: Porygon-2 também nos ajuda com seu sistema GPS, isso facilita muito as pesquisas dos professores. Vamos dar uma demonstração, Ryng? Localize alguém que não é dessa cidade além de mim e o Senhor S, por favor. - Ele sorri.

Tracey olha para um lugar na primeira fileira e Neth seguiu o olhar, conseguindo ver somente um chapéu de ponta fina, tinha reconhecido o nome "Senhor S" assim que ouviu, era o chefe da delegacia de Cianwood! A distração impediu que ele percebesse Porygon-2 bem em cima da sua cabeça, um estranho monstro similar a um balão de cores azul e rosa.

Professor Tracey: Olhem lá, localizou! Bem-vindo, jovem. Qual o seu nome?

Todas as crianças se viram para olhar Neth, o que o faz ficar vermelho

Neth: Eu... Vou me sentar... - Murmurou enquanto se sentava, arrancando risos da platéia.

Tracey faz uma careta e resolve dar continuidade a sua palestra. A Johto-Dex mostrada por Marcel no porto foi apresentada para os futuros treinadores junta de suas funções "Lanterna" e "Chamada de Voz".

Tudo isso acontecia com um enorme slide na parede atrás do palestrante.
"O futuro de Johto com Professor Tracey!" e no canto inferior esquerdo uma logo de "C.R.E.".

Professor Tracey: Agora vamos ao final da palestra. Acho que a Whitney falou para vocês que iriam presenciar o fenômeno da evolução, não é?

As crianças pulam de animação e algumas até se levantavam da poltrona, animadas para assistir.

Schoolkid Jerry: Evolui meu Pineco! - Disse enquanto erguia o pokémon pinha que dormia.

Schoolkid Karen: Evolui meu Diglett, por favorzinho! - Um Digglet com fiapos amarelos na cabeça estava dentro do vaso de terra que a menina carregava nos braços.

Professor Tracey: Hehe, peço para que todos se acalmem. - Tracey retira uma caixa de vidro contendo um CD roxo dentro. — Esse é o Dubious Disc e nosso querido Ryng irá evoluir com ele.

O CD é retirado da caixa e lentamente aproximado do pokémon que flutuava, Neth pôde notar o brilhos nos olhos das crianças, mas eles não eram nada comparado ao brilho que Porygon-2 começou a emitir ao entrar em contato com o Dubious Disc.
Raios coloridos foram disparados para todos os lados e só foi possível escutar um "ABAIXEM-SE!". Neth cobriu os olhos com o braço direito e por uma brecha assistiu o pokémon de Senhor S saltar e girar a cauda em formato de pincel, fazendo um Reflect para proteger a todos.

Professor Tracey: Ryng!! - Ele passou a tossir e era possível escutar graças ao microfone.

As crianças corriam para fora do teatro assustadas, os seguranças ajudavam algumas que estavam travadas graças ao medo. Lá do lado de fora estava Whitney em cima de seu Tauros toda sorridente.

Whitney: Olá, queridos, haha! Gostaram da palestra? Como é a evolução do Porygon-2? - Perguntava para cada criança que passava por ela, nem notando que estavam chorando de medo.

Os raios pararam de ser emitidos e uma esfera branca e brilhante pousou no chão, revelando ser o Dubious Disc. Atrás do disco, estava Tracey caído no chão com o nariz sangrando.
Neth instintivamente correu para o palco e ajudou o professor a se levantar, preocupado.

Neth: Evoluções são tudo assim, professor?

Tracey: Não... Ela foi interrompida. - Disse enquanto limpava o sangue na manga do jaleco, em seguida olhando para cima, na direção de um buraco no teto. — Levaram o Ryng.

A porta do teatro se arrombou e os dois só conseguiram avistar o rabo de pincel do pokémon do Senhor S.

Tracey: Sem aquele pokémon eu nunca vou conseguir concluir minhas pesquisas! E as raízes... Elas vão... - Ele soca a própria palma da mão, frustrado.

Neth: Eu... - Mal tinha terminado de falar e já se arrependia. — Vou ajudar a procurar. 

Os olhos do professor brilharam, mas Neth não o deu tempo para agradecer graças a sua velocidade em descer do palco e sair do teatro. A mente do jovem treinador só conseguia pensar em recuperar Porygon-2 e descobrir o que eram as raízes que subiam a montanha onde estava sua casa, mas toda a preocupação se esvaiu ao ver várias raízes verde-fluorescentes pela rua na frente do teatro.

Whitney: Como foram ensinados, meus pequenos alunos, haha! - Coordenava os alunos a atacar as raízes. — Tauros, Icy Wind!

Schoolgirl Karen: Será que ela não entende que não estamos mais no parquinho...? - Resmungou, toda bravinha. — Diggy, quebre o gelo com Metal Claw, agorinha mesmo!
 

Schoolboy Allan: Provavelmente não. - O menino respondeu, sua voz saia ecoada graças ao Gastly que ficava em volta de sua cabeça. — Gastly, tente Night Shade, acho que da bom...

O touro bufou pelo nariz uma rajada de neve que congelou algumas raízes que se moviam pelas laterais das calçadas; Em seguida, o chão à frente da Alola-Diglett se racha e uma mão metálica surge para arranhar o gelo e despedaçar as raízes, enquanto do lado direito, o Gastly de Allan emite ondas escuras de seu corpo, estas que cobrem o gelo e o explodem.

Whitney: Muito bem, haha! Vão tirar dez em Ação em Campo! - A professora elogiou sorridente enquanto observava os dois alunos dando um high-five como comemoração. — Agora vamos ajudar os outros!

Neth: Outros...?

Levando o olhar pela extensão da rua, outras dez crianças utilizavam seus pokémon para batalhar contra estranhos treinadores vestindo roupas cinzentas para se cobrir. Ao fundo deles, um homem de kimono branco e roxo corria com uma gaiola feita de raízes na mão.

Um pequeno flashback levou Neth de volta para o dia em que foi atacado pelo Wigglytuff com cicatriz na barriga, custou para que lembrasse o que ele era, mas conseguiu.

Neth: São monges! Vi um em Cianwood, Whitney. - Informou enquanto pegava a pokébola de Mareep do bolso.

Whitney: Monges, menino de Cianwood? Haha! Pensei que ele só rezassem.

Schoolboy Allan: Lembra daquela casa na Rota 34, Gastly? O monge que vivia lá era engraçado, haha! - O aluno comentou.

Neth: Onde fica isso? - Perguntou enquanto se aproximava do menino. — A Rota 34.

A expressão engraçada de Whitney se desfez e ela se aproximou com Tauros.

Whitney: A Rota 34 fica para lá.

Whitney ergueu a mão e apontou para o monge que agora sumia numa esquina. Neth cerrou os punhos e guardou a pokébola de Mareep.

Neth: Eu sou Neth de Cianwood. Preciso de ajuda pra recuperaR o Porygon que aquele monge roubou.

Whitney: Sobe aí, Neth, haha. Seja bem-vindo à Equipe Whitney. - Ela estende a mão para ajudar Neth a subir e demoram alguns segundos para que ele aceite a ajuda e suba na garupa, mas isso acontece. — Vamos salvar o Porygon!

Vários pontos da cidade liberavam fumaça graças as raízes que passavam descontroladamente pelos lugares, causando acidentes de carros e até mesmo pequenos incêndios nas casas que invadiam. Goldenrod estava infestada por algo que nada nem ninguém sabia de onde vinha.

2 comentários:

  1. saga dos pergaminhos <3 Mil perdões pela demora, foi realmente complicado me sentir bem pra ler algo, mas vamos lá, capitulo 4 sendo que pra mim já era o 6 ou algo assim, sério, to loko
    eu novamente gosto do neth depois de achar ele um vacilão no cap passado, sei la, amor e ódio, to confuso sobre meus sentimentos ok
    saudades da mareep que se traumatizou com os casacos felpudos e morro de medo da miltank socando raizes, whitney deveria tomar no cu inclusive haha
    safada
    mas adorei ela aqui, mais velha e doida, ginasio mais dificil dessa caralha, aguardo pelo estupro de neth
    as schoolkids MARAVILHOSAS, agora abordando pedofilia e estupro nessa fanfic polemica, com o monge e o allan, que arceus o abençoe
    gostei dos flashback, sonho que não era sonh, em 4 caps já temos tanto conteudo, estou amando k
    O tracey doidao abandonando o desenho tb pra virar professor pq s, Porygon 2 aqui... sera que vai ser do neth? socorro eu n consigo imaginar ele ganhando ou pegando ou se envolvendo com um pokemon k tipo é muito estranho sla primeira vez que sinto isso, ele é um protagonista bem diferente e todo o clima do capitulo parecendo não estar sendo focado nele ao mesmo tempo que está, foi tudo bem organizado e você orquestra muito bem os momentos
    ufa
    real, gostei mesmo desse capitulo, maior defeito foi ter acabado, cadê mais? Quero MAIS GRRRR
    also vc representado pelo tauros e pela miltank, lindo
    CONTINUA Q TO CURIOSO

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  2. Hellooooo!!!! Me desculpe por só brotar agora mas já aqui estou, então vamos lá \o
    Começo curioso com o flashback de uma altura em que o Neth era bem mais animado, a sua relação com seu pai e os Pokémon da fazenda parecia bem fofa, o que será que mudou? Talvez os pais se tenham dedicado tanto aos seus trabalhos que pensa que negligenciaram? Viva o CRE, btw :3
    Achei a Pokédex muito fofa e a cena dele na frente da loja foi bem reveladora, já dá para imaginar a razão dele não gostar muito da Mareep e ter uma relação tão fria com os pais... liga àquilo que falei antes, ele acha mesmo que foi negligenciado por causa do trabalho com as roupas de lã da Mareep, gostei disso.
    AI não... ela não... (regressam os pesadelos de Pokémon Crystal)
    Santo leite morno... I lost it xD
    Adorei a descrição da cidade, ficou bem cool e o mistério das raízes continua. Também tivemos mais informação sobre o CRE, um grupo de crentes e também tem a ver com a Pokédex? Me deixou curiosa agora...
    A fase final com a palestra foi divertida, você trabalhou bem os NPCs e fez o lugar parecer mais vivo, coitado do Tracey usar um Dubious Disk (disco duvidoso) no P2, já se avizinhava que ia dar besteira :v então somos apresentados aos monges que também são bandidos em part time, parece que o CRE está por trás disto, das raizes, da Pokédex e das maquinas de fazer roupa... Iluminati :3
    Adorei este capítulo, a história pegou a fundo neste e já dá para fazer teorias sobre o que está acontecendo, suas descrições foram maravilhosas e o problema que tinha com as transições desapareceu completamente neste capítulo. Ficou tudo realmente muito perfeito e como o Davi disse o unico defeito foi ter terminado, para minha sorte tem outro já a seguir que irei ler de imediato.

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